11 de out. de 2012

De Arraial à Cidade do Divino - a trajetória da ferrovia em Divinópolis


De Arraial à Cidade do Divino - a trajetória da ferrovia em Divinópolis

            Uma ferrovia não se limita, contudo, a linhas férreas, locomotivas e vagões. Inclui sistema de sinalização; cada vez mais moderno, de estações de embarque e desembarque e de cargas e passageiros; pátios onde se formam os trens e as oficinas, onde se empregam milhares de técnicos e de artífices especializados. Vale lembrar que nos idos de 1.940 foram construídas nas Oficinas Mecânicas da antiga Rede Mineira de Viação - RMV de Divinópolis, locomotivas a vapor e que operaram durante duas décadas. Seus técnicos tornaram-se nacionalmente conhecidos pela: habilidade, engenhosidade e dedicação à ferrovia.

Com as estradas de ferro vieram o desenvolvimento e o progresso

        Os ferroviários, principalmente do Ciclo da Maria Fumaça, no Centro-Oeste mineiro, dedicaram sua vida ao trabalho na ferrovia, e com empenho e responsabilidade, ajudaram a construir a história de Divinópolis e a expandir o movimento operário brasileiro através de suas lutas.

R M V - cronologia das reminiscências de um período de glórias

            1.889 - Com o prolongamento da Estrada de Ferro Oeste de Minas o Arraial do Espírito Santo do Itapecerica, tornou-se ponto de passagem, imposto pelo Rio Itapecerica, em seu curso natural que requeria desvio, Deste episódio deu-se à chegada do engenheiro chefe encarregado do trecho que partia de Oliveira; o doutor Henrique Galvão. Nesse mesmo período foram inauguradas as estações de Lavras e Oliveira.

 

            1890 - A partir daí o ramal ferroviário bitolinha 76 foi estendido até o distrito do Espírito Santo do Itapecerica e a estação local, ganha o nome de Henrique Galvão.

 

            1892 - O destacamento que antes estava em Oliveira, passou a dar manutenção às máquinas na Estação de Henrique Galvão, transformando em depósito de trens que aqui pernoitavam e que necessitassem de reparação.

 

            1893 - A primeira casa foi construída próxima à estação, pertencente ao Sr. Antônio da Costa Pereira, que também montou um hotel e uma padaria. A ferrovia, além de estimular o comércio e a produção agrícola, possibilitou o transporte de pessoas e cargas e a valorização dos terrenos por onde passou.

 

            1910- A Rede Mineira de Viação - R M V promoveu uma melhoria nas estradas e outras ramificações foram realizadas, como, por exemplo; a linha entre Belo Horizonte e Divinópolis.

 

            1914 - A R M V instala em caráter definitivo, as Oficinas da Estrada de Ferro, fabricando peças e equipamentos necessários ao funcionamento da via férrea. Além disso, se encarregavam do concerto e reparação maiores nas locomotivas e vagões de toda a ferrovia.

 

            1917 - A R M V adquire novas instalações para as: Oficinas da estrada de Ferro - construída em terrenos adquiridos pela empresa. Nessa área foram também construídas as casas para trabalhadores, dando assim origem a Vila dos Ferroviários; hoje, bairro Esplanada. Em Divinópolis foram ampliadas as ofertas de emprego, atraindo um enorme contingente de mão de obra; aumentando a população urbana, que por sua vez, ativou o mercado de consumo. Os estabelecimentos comerciais se ampliaram e diversificaram para atender a novas demandas dinamizando assim, a economia local. As Oficinas em Divinópolis foram chamadas pelos ferroviários de Casa dos Milagres.

 

            1931 - A R M V se firmou a partir da incorporação das Estradas de Ferro Paracatu e da Rede Sul Mineira a sua estrutura, fortalecendo o empreendimento, promovendo assim; o desenvolvimento: socioeconômico e político-ideológico.

 

1960 - O trabalho da R M V significou uma possibilidade de avanço para o homem do Centro-Oeste mineiro. Até por volta dessa década, na R M V foram registradas greves históricas pelos ferroviários.

 

1970 - Com a remodelação da R F F S A, ocorrida no início desta década, os ferroviários mais antigos foram desviados de função, remanejados para outros setores, afastados para tratamento de saúde ou aposentados. EM seus lugares foram contratados novos funcionários.

 

19970 a 2005 - A R F F S A  / entra num processo de ostracismo, ou melhor, apeados das posições. A Ferrovia Centro Atlântica adquire direitos de concessão por 30 anos das composições e de toda malha ferroviária pertencente a  R M V - R F F S A.

 

Texto extraído do livro: Da História de Divinópolis, Francisco G. Azevedo e Antônio G. Azevedo; do artigo: A Rede Ferroviária na sua viagem dos 30 anos, do jornalista Gentil José dos Santos - Jornal Estado de Minas, de 30 de Setembro de 1987; do folder: O Trem da História, elaborado pela professora universitária - Batistina M. Souza (tese mestrado) - UFMG - Ciências Sociais aplicadas à Educação.

 

1 comentários:

priscila - Imóveis Divinópolis disse...

Adorei saber um pouco mais da história ferroviária de Divinópolis, ainda mais com essa explicação em forma de linha do tempo que é muito mais facil de ser entendida.

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