De Arraial à Cidade do Divino - a trajetória da ferrovia em Divinópolis
Uma
ferrovia não se limita, contudo, a linhas férreas, locomotivas e vagões. Inclui
sistema de sinalização; cada vez mais moderno, de estações de embarque e
desembarque e de cargas e passageiros; pátios onde se formam os trens e as
oficinas, onde se empregam milhares de técnicos e de artífices especializados.
Vale lembrar que nos idos de 1.940 foram construídas nas Oficinas Mecânicas da
antiga Rede Mineira de Viação - RMV de Divinópolis, locomotivas a vapor e que
operaram durante duas décadas. Seus técnicos tornaram-se nacionalmente
conhecidos pela: habilidade, engenhosidade e dedicação à ferrovia.
Com
as estradas de ferro vieram o desenvolvimento e o progresso
Os ferroviários, principalmente
do Ciclo da Maria Fumaça, no Centro-Oeste mineiro, dedicaram sua vida ao
trabalho na ferrovia, e com empenho e responsabilidade, ajudaram a construir a
história de Divinópolis e a expandir o movimento operário brasileiro através de
suas lutas.
R M V
- cronologia das reminiscências de um período de glórias
1.889 - Com o prolongamento da Estrada
de Ferro Oeste de Minas o Arraial do Espírito Santo do Itapecerica, tornou-se
ponto de passagem, imposto pelo Rio Itapecerica, em seu curso natural que requeria
desvio, Deste episódio deu-se à chegada do engenheiro chefe encarregado do
trecho que partia de Oliveira; o doutor Henrique Galvão. Nesse mesmo período
foram inauguradas as estações de Lavras e Oliveira.
1890 - A partir daí o ramal ferroviário
bitolinha 76 foi estendido até o distrito do Espírito Santo do Itapecerica e a
estação local, ganha o nome de Henrique Galvão.
1892 - O
destacamento que antes estava em Oliveira, passou a dar manutenção às máquinas
na Estação de Henrique Galvão, transformando em depósito de trens que aqui
pernoitavam e que necessitassem de reparação.
1893 - A
primeira casa foi construída próxima à estação, pertencente ao Sr. Antônio da
Costa Pereira, que também montou um hotel e uma padaria. A ferrovia, além de
estimular o comércio e a produção agrícola, possibilitou o transporte de
pessoas e cargas e a valorização dos terrenos por onde passou.
1910- A
Rede Mineira de Viação - R M V promoveu uma melhoria nas estradas e outras
ramificações foram realizadas, como, por exemplo; a linha entre Belo Horizonte
e Divinópolis.
1914 - A R
M V instala em caráter definitivo, as Oficinas da Estrada de Ferro, fabricando
peças e equipamentos necessários ao funcionamento da via férrea. Além disso, se
encarregavam do concerto e reparação maiores nas locomotivas e vagões de toda a
ferrovia.
1917 - A R M V adquire novas
instalações para as: Oficinas da estrada de Ferro - construída em terrenos
adquiridos pela empresa. Nessa área foram também construídas as casas para
trabalhadores, dando assim origem a Vila dos Ferroviários; hoje, bairro
Esplanada. Em Divinópolis foram ampliadas as ofertas de emprego, atraindo um
enorme contingente de mão de obra; aumentando a população urbana, que por sua
vez, ativou o mercado de consumo. Os estabelecimentos comerciais se ampliaram e
diversificaram para atender a novas demandas dinamizando assim, a economia
local. As Oficinas em Divinópolis foram chamadas pelos ferroviários de Casa dos
Milagres.
1931 - A R
M V se firmou a partir da incorporação das Estradas de Ferro Paracatu e da Rede
Sul Mineira a sua estrutura, fortalecendo o empreendimento, promovendo assim; o
desenvolvimento: socioeconômico e político-ideológico.
1960
- O
trabalho da R M V significou uma possibilidade de avanço para o homem do
Centro-Oeste mineiro. Até por volta dessa década, na R M V foram registradas
greves históricas pelos ferroviários.
1970
- Com
a remodelação da R F F S A, ocorrida no início desta década, os ferroviários
mais antigos foram desviados de função, remanejados para outros setores,
afastados para tratamento de saúde ou aposentados. EM seus lugares foram
contratados novos funcionários.
19970
a 2005 - A R F F S A / entra
num processo de ostracismo, ou melhor, apeados das posições. A Ferrovia Centro
Atlântica adquire direitos de concessão por 30 anos das composições e de toda
malha ferroviária pertencente a R M V -
R F F S A.
Texto
extraído do livro: Da História de Divinópolis, Francisco G. Azevedo e Antônio
G. Azevedo; do artigo: A Rede Ferroviária na sua viagem dos 30 anos, do
jornalista Gentil José dos Santos - Jornal Estado de Minas, de 30 de Setembro
de 1987; do folder: O Trem da História, elaborado pela professora universitária
- Batistina M. Souza (tese mestrado) - UFMG - Ciências Sociais aplicadas à
Educação.
1 comentários:
Adorei saber um pouco mais da história ferroviária de Divinópolis, ainda mais com essa explicação em forma de linha do tempo que é muito mais facil de ser entendida.
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