28 de fev. de 2012

Frank - consciência mística, holística e espiritualista

-->
O arquiteto, designer gráfico, fotógrafo e artista plástico, Luís Carlos Frank (L.C.Frank) em entrevista ao jornalista Fernando Camillo (F.C) desvendou parte de sua vida. Em meio a batalhas travadas; foram muitas as suas conquistas.

Luís Carlos Prestes é o nome de batismo do enigmático Luís Carlos Frank (L.C. Frank) . Uma iniciativa por parte de seus avós que confirma toda a admiração e consideração por um homem - considerado revolucionário / comunista que também foi o responsável pela Coluna Prestes.

Frank conta que não ficou nem três meses com esse homônimo; pois trazia inúmeros constrangimentos; tendo que os avós recorrerem ao escrivão, para novo registro na pacata Divinópolis da década de 40.
Nascido na cidade de Cláudio /MG, L.C. Frank é membro de uma família de sete filhos, onde seis, são mulheres.

  • Pai: Antonio Rocha (in memorian)
  • Mãe: Anna Carneiro (in memorian)




*A avó criou o engenheiro Gabriel Resende Passos - órfão aos oito anos de idade, ocasião em que seus pais foram acometidos por varíola, uma grave enfermidade do século XX.


Entrevista com Luís Carlos Frank


FC – De que forma o L.C.Frank teve como destino a cidade de Divinópolis?

L.C.Frank - Meu pai, sendo um fotógrafo, veio fixar residência aqui para montar um estabelecimento e comercializar suas fotos. O Rocha como ficou conhecido em Divinópolis, veio se tornar, Foto Halff. Depois de muito tempo auxiliando meu pai na sua profissão de fotógrafo, ele resolve montar um outro tipo de comércio que mais tarde se tornou, Agencia Sousa.

FC – Seu pai foi um grande comerciante e empreendedor. O que mais ele realizou por aqui?

L.C.Frank – Ele montou a Fábrica de Bebidas CONSI (comercializava e fabricava: vinhos); experiência adquirida com a sua mãe.
Meu pai, Antonio Rocha, ainda prestou relevantes serviços à empresa Soares Nogueira.

FC - E seus estudos? Quais as escolas que fizeram parte da sua trajetória?

L.C.Frank – Iniciei meus estudos na cidade de Cláudio.
Depois fui fazer o ginasial em Pitangui. Já em Divinópolis, fiz admissão no Colégio Estadual. Afastei-me dos estudos e fui viajar com meu pai por quase uma década. Na época, ele era empreiteiro. Viajamos muito e percorremos alguns estados como: Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, outros. Ao final dessa etapa de minha vida, fomos ainda; até a Argentina e também a Ilha de Páscoa.

FC - Você registra no seu currículo, uma certa passagem pelo Museu de Arte Moderna (MAM). Como se deu este episódio?

L.C.Frank – Eu, juntamente com o empresário Carlos Sion, em 1970, trouxemos ao Brasil, no Museu de Arte Moderna – MAM, o show internacional de Alice Cooper.

FC – Você já esteve morando numa espécie de república de estudantes, onde também morava Túlio Mourão. Como foi essa experiência e esta fase de sua vida?


L.C.Frank – Em 1969, quando retornei das inúmeras viagens em companhia de meu pai, fui morar na cidade do Rio de Janeiro para estudar música. Estudei na Escola de Música Villa Lobos e
numa daquelas idas e vindas a Divinópolis, convidei o Túlio Mourão para morar comigo. Permaneci por um bom tempo na Escola de Música Villa Lobos até conhecer, Billy Blanco. Foi ele que me levou pela primeira vez à Escola de Arquitetura do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador - Fundão. Prestei vestibular e passei. Foi transitando pela Escola de Música Villa Lobos e pela Escola de Arquitetura (Fundão) que fiquei conhecendo o músico Antonio dos Santos (Lulu Santos) que acabou sendo convidado para participar do SUNS’ROCK, em 1972 – evento que promovi e que aconteceu; em Divinópolis, no Campo do Ferroviário, no bairro Esplanada. Em 1978 fui morar em Brasília para concluir o curso de Arquitetura na Universidade Nacional de Brasília (UNB), onde desenvolvi o don da fotografia – percebi a sua fragilidade e adquiri maior familiaridade. A fotografia na minha vida advém de anos dedicados ao curso de Arquitetura.

FC – E depois? O que mais lhe aconteceu?

L.C.Frank – No ano seguinte retorno a Divinópolis para casar-me com Eliane Mourão (Nana) com quem tive três filhos: O primogênito; Felipe, Henrique e Maria. Com a Nana trabalhei muito em parceira nas várias montagens de peças teatrais; também com cenários, iluminação; e até mesmo, participando como ator. Dividi a autoria dos textos com a Nana e eternizei o nosso trabalho em fotos.

FC – Por mais de quinze anos você vive o circuito Divinópolis / Tiradentes – Tiradentes/ Divinópolis. O que fica dessa experiência?

L.C.Frank – A primeira ação que eu me lembre, foi criar o informativo: “A Forca”. No ano de 1988 fui convidado a ser Secretário Municipal de Cultura de Tiradentes. Entre várias realizações, podemos citar: Encontro Nacional de Bicicletas Antigas, Encontro dos Sete Dias de Paz com a participação da UNESCO. Nessa mesma ocasião fiquei conhecendo a UNIPAZ, com quem mantenho contato até os dias atuais.

FC – Se existe hoje, um Sindicato da Confecção e do Vestuário em Divinópolis é devido a sua iniciativa no passado.Como ela se deu?

L.C.Frank – No ano de 1982 criamos a Feira da Moda de Minas Gerais – a primeira em todo estado. Nessa mesma ocasião fomos os responsáveis pelo surgimento da Associação Divinopolitana dos Confeccionistas (ADCOM) – o embrião e a célula geradora de todas conquistas do segmento. Também nessa mesma ocasião atuei na elaboração de logomarcas, fotos para catálogos, desenho de moda e projetos arquitetônicos para lojas como: Delles Jeans, Carapuça, 5 Avenida, Modinha, Siri e tantas outras.

FC - Quando surgiu essa sua identidade com as artes plásticas?

L.C.Frank – Ao final da década de 60, eu já participava da Semana de Arte de Divinópolis que revelou talentos como: Geraldo Teles de Oliveira - o escultor G.T.O., Olivier Mourão, Waldir Caetano, Hevecus, Heraldo Alvim, Paulo Bernardo, Petrônio Bax, Roner Gontijo,José Hilton, Paduano, Celeste Brandão, Iolanda Souki e tantos outros.
Na década de 70 já fazia obras de bico de pena – muitas se encontram nos Estados Unidos.

FC– Quando foi que surgiu uma tendência para buscas espiritualistas? Quando foi mesmo que você desenvolveu o seu lado místico?

L.C.Frank – Foi quando entrei em contato e me vi envolvido efetivamente com a yoga e o budismo – um longo processo de consciência mística, holística e espiritualista. Há exatos 40 anos, descobri a influencia da filosofia oriental em minha vida. Todo esse tempo, sempre procurei trabalhar com uma linha que não fosse tão materialista.

FC Em qual frente de trabalho você está atuando?

L.C.Frank – A partir de todas essas experiências senti a necessidade de ter a minha própria estrutura. Fazer um resgate de minha essência; aprimorando cada vez mais e para tal; foi necessário montar um espaço próprio para poder trabalhar mais e melhor.
O último projeto realizado por mim, foi à confecção de cerca de cinco mil calendários / almanaques / 2012 que culminará com a realização do Congresso da Paz – previsto para acontecer de 1 de junho a 07 de julho; integrando as comemorações do Centenário de Divinópolis.


Luís Carlos Frank planeja para o início do mês de junho uma ação holística que contará com inúmeras frentes de atuação na busca incessante por uma melhor qualidade de vida. Com duração de mais de um mês, o mega evento, reunirá em espaços distintos, milhares de pessoas e dezenas de palestrantes. Algumas presenças já estão sendo confirmadas.


-->

1 comentários:

Flávio Flora disse...

Parabéns Fernando, pelo blog que vai em frente.

Esta entrevista mostra que grande pessoa é o L C Frank. Uma trajetória rica de grandes eventos.

Taí uma personalidade marcante de Divinópolis aos 100 anos.

Postar um comentário