Ao mensurar obra e trajetória do artista plástico Olivier Mourão, pessoa ímpar, excêntrica e por conseqüência: livre de padrões e de rotulações, nos encontramos diante de algo surpreendente - o conceito para melhor definir, a cor púrpura.
Assim como a cor púrpura, Olivier se vê diante de um leque de tons que permeiam o vermelho e o azul, de onde obtém-se o resultado à partir da mistura de cores vivas e acrílicas. Não existe consenso para cores consideradas púrpuras. Como também é dificilmente traduzido, em qualquer que seja o idioma - o melhor conceito / definição para o artista Olivier Mourão.
Púrpura pode ser considerada uma cor magenta ou heliotropo - uma diferença de sensibilidade ao vermelho e ao azul, no nível da retina, variando a percepção de indivíduo para indivíduo.
Púrpura é o conceito mais próximo para podermos entender melhor esse personagem que povoa e provoca verdadeiras mutações por onde passa. Mutações, não transforma/ações; o que seria até mais conveniente.
Púrpura é por vezes confundida com cor espectral, violeta. Em teoria da cor, uma púrpura é definida como qualquer cor não espectral entre violeta e vermelho.
Igor Schller - tela de Olivier Mourão
Olivier é artista que por si só já se comunica com tamanha irreverência, utilizando-se da pigmentação com todas as suas matizes e tons, para ganhar as telas e o mundo.
Por séculos, a cor púrpura, era obtida através de algumas espécies de molusco nativos do Mar Mediterrâneo, o que causou extinção de algumas delas. Pela dificuldade na sua obtenção e seu alto preço, o púrpura, um dos mais importantes e mais caros pigmentos naturais da Antiguidade era preparado com tintas de vários moluscos Quantidades enormes destes moluscos eram usados para tingir tecidos A secreção do molusco está contida dentro de uma pequena veia ou cisto que, quando quebrada ou partida pela mão, segrega um fluido branco. Os tecidos eram banhados neste fluido branco e postos a secar ao sol que "revela" a tintura púrpura brilhante. Segundo Plínio, o melhor pigmento era extraído em Tiro, no Mediterrâneo oriental, e era a cor utilizada nas vestes reais romanas, cor que até aos dias de hoje simboliza realeza. A púrpura foi sem dúvida o corante de maior renome e mais caro de todos os corantes antigos. Era um símbolo de riqueza e distinção. Na Roma antiga só o imperador tinha o direito de a usar. Já os fenícios obtinham o pigmento púrpura de algumas espécies de moluscos gastrópodes do género Múrex, uma das espécies que se comem em Espanha com o nome «cañadilla» ou «cañaílla». |
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