Do outro lado da margem do rio e entre nós.

                                             

Faz muito pouco tempo, e o tempo faz parte da contabilidade dos mortais, ficamos todos privados da presença física e do convívio com o artista plástico e escritor, Petrônio Bax.

Com vários janeiros já passados e a idade cronológica é inexistente (temos a idade que queremos; porém com algumas limitações), o corpo padeceu, mas sua alma prevaleceu e está entre nós.

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Perpetua a imagem e ação daquele homem de bom coração que assim como Francisco, lutou pela igualdade de direitos, fraternidade e dias melhores para todo ser vivente.

Mineiro de Carmópolis de Minas, sua terra de origem - Bax mudou-se para Divinópolis ainda menino e por aqui deixou em murais e telas sua obra para que assim pudesse ser eternizada. Seu estilo peculiar advém da Escola Guignard do qual foi aluno e escudeiro.

Petrônio Bax retrata em suas obras: faces de Cristo e também a figura de São Francisco de Assis de quem era verdadeiro devoto por formação, já que seu pai, Ladislau Bax, teria pertencido a Ordem do Franciscano Maior - O.F.M 

o artista , a obra: entre o mar e os peixes

Bax em sua obra como artista plástico priorizava cenas sob o mar com a apresentação invariável de peixes - que traduz a vida por excelência e o alimento sagrado que sacia a fome - numa alusão a presença constante de Cristo, Nosso Senhor.

Essa inesgotável fonte reveladora de talento se deve ao fato de ser ele, Bax, filho de sacerdote franciscano holandês.

As faces de Cristo e a retratação de São Francisco, pintadas,  advém da formação  de um trabalho memorialista – da primeira infância que passou na Europa, observando os diken’s  Essa distinção, tendo sempre peixes envoltos as suas obras, o torna um ser ímpar com reais valores artísticos.

Petrônio Bax também se enveredou para o lado da literatura, tendo escrito inúmeras obras que foram publicadas. Sua última obra, intitulada: Das Águas ao Espírito é um livro de poemas brasileiro, com 96 páginas, impresso em papel reciclado e com ilustrações do próprio autor. O livro em questão teve a coordenação e a revisão de sua filha, a também curadora - Simone de Carvalho Bax. 

No livro: Das Águas aos Espíritos, Bax revela seus autores prediletos: Olavo Bilac, Fernando Pessoa, Castro Alves e Guimarães Rosa.

       

Em sua obra literária faz esta citação:

O papel verdadeiro da imaginação é embelezar o universo.

 (Lyn Yutang)

No poema, Da Pintura (fragmentos), página 16

[...] A arte

È a forma e cor

Representativas

Da espiritualidade

De cada um. (Petrônio Bax)

E o artista plástico e também escritor e poeta, numa alusão à morte, sentencia:

 [...] Nunca haverá fim.

 O mistério é eterno.

 É mistério... (Petrônio Bax)

 O poema: O Mistério é eterno, página 63.

Escrever sobre a vida e a obra de Petrônio Bax é enveredar ao desconhecido e surpreendente universo da hipersensibilidade, onde as partes se integram ao Todo - construindo histórias que hão de se eternizar.

A vida pareceu ser bastante generosa com tamanha personalidade como Bax que ao final de seus dias, num trabalho quase mediúnico, apresentou cerca de duzentos ensaios coloridos da face de Cristo, produzidos em papel.

EM TEMPO: I - Petrônio Bax foi membro fundador da Academia Divinopolitana de Letras.

                II – Para Petrônio Bax que nunca se revelou amante da política: - “Quem sabe... transformariam as FEBEM’s em Escolas Proficionais?!  

Nota: Diken’s são obstáculos feitos de barricadas que impedem o avanço das águas do mar.