Sem receio de retaliações, a artista plástica e de família tradicional em Divinópolis, Denise Mourão aproveita a oportunidade e espaço a ela concedido para fazer sérias denúncias.
Os maus tratos que animais estariam recebendo em lojas, onde são comercializados e também nas ruas de Divinópolis foi alvo de denúncia por parte da artista plástica Denise Mourão. Ela ainda desabafa sobre o desperdício de água que observa quando pessoas sem consciência utilizam-se desse serviço ao lavarem suas calçadas e seus carros.
A primeira denúncia feita por Denise Mourão, passa por maus tratos que estariam recebendo animais na Nutrigil - uma loja que comercializa artigos especializados, animais exóticos e de estimação, na Rua Pernambuco, quase esquina com Primeiro de Junho.
Segundo Denise ela estava próxima a este estabelecimento quando deparou com o que classifica de absurdo - o tratamento dispensado aos animais a serem comercializados. “Os marrecos dentro de gaiolas, acondicionados em espaços mínimos, sem a menor condição de movimentação com excedentes de animais; alguns inclusive, mortos”, afirma aterrorizada a ambientalista que clama pelo exercício de cidadania.
Mourão prossegue com sua indignação ao afirmar que os atendentes da Nutrigil estavam com calopcítas nas costas, numa clara demonstração de completa desinformação no que diz respeito às leis vigentes no país que protegem esses tipos de animais. “Acredito se tratar de uma contravenção, pois lugar de animais exóticos é na natureza e soltos, não presos em gaiolas pequenas e mal acondicionados como pude bem observar”, ressalta.
Questionada sobre uma possível abordagem aos atendentes, Denise Mourão dispara “tentei conscientizá-los. Falei que isso não deveria ser praticado e que esses bichos deveriam estar mesmo, é na natureza”, sentencia.
Sem pestanejar e nem tão pouco com receio de uma fiscalização por parte das autoridades competentes, o atendente contra-argumenta “não precisa ficar preocupada e nem nervosa. Esses animais vendem rápido. Inclusive tem uma senhora no fundo da loja que guarda um pouco dos gansos e patos para reposição dos já vendidos”, argumenta - o infeliz atendente.
Abandono de animais
Segundo Denise Mourão “os impostos cobrados no Brasil para os diversos fins são astronômicos; os maiores cobrados se compararmos a outros países. Como cidadã, temos o direito de fazer valer às regras imposta por um sistema capitalista em vigor. Somos contribuintes e exigimos que nossos impostos sejam mais bem empregados. Que se faça valer as taxas pagas aos governos em todas esferas. Chega de nos enganar” desabafa. Para Denise outra observação a ser feita, passa pelo desrespeito que ocorre no município com relação a mais rigor na lei a ser aplicada por órgãos competentes e por agentes fiscalizadores.
Segundo Denise Mourão “Divinópolis está abandonada em relação ao tratamento dispensado aos animais e a forma com que as pessoas tratam os mesmos. Dia desses, tive a notícia de que mataram um cavalo a pedradas, no centro da cidade. É preciso ter uma maior conscientização no que se refere ao meio ambiente e animais” evidencia a reclamante.
As conseqüências
A repulsa aos fatos em desagravo ao cumprimento das leis e a prática do bom senso permeiam o discurso de Denise Mourão que percebeu algum avanço na questão das faixas para pedestres em relação aos motoristas, estabelecendo multas para quem desrespeitar as regras.
Quem burlar as leis sofrerá as conseqüências, podendo contribuir para diminuir suas finanças. Creio que esta mesma forma de punição deveria atingir aos que agridem também os animais e ao meio ambiente. É preciso acima de tudo, ensinar e educar mais a população. Quem pratica ações contraventoras, desconhece as leis e é preciso com isso, aprender. Eu procuro fazer a minha parte. Para quem está com sobrecarga em cavalos trabalhando com reciclagem e que insiste em bater nesses animais, costumo parar e advertir: moço, pelo amor de Deus, não faça isso. Olha o que você está fazendo com esse animal que lhe proporciona o sustento. Olha a sobrecarga... Se você der mais um passo com esse cavalo vou chamar a polícia (...) Também, com certa freqüência, tenho observado pessoas que lavam as suas calçadas, deixam a mangueira aberta e ficam conversando (Denise Mourão, 31-09-2010).
Nem tudo está perdido
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Animais abandonados são recolhidos pela SPAD |
Diante das denúncias, eles pegam o cachorro mal tratado, cuidam e depois baixam as fotos na rede social ourkut pela Internet para todos interessados acompanharem a sua evolução. Ao final de sessenta dias aproximadamente; a SPAD realiza uma feira no Parque de Exposições de Divinópolis para doar os animais - uma ação muito legal. Um bom exemplo que deveria ser copiado por muita gente por aí (Denise Mourão, 31-09-2010).
Também todos os atos e observações de Denise Mourão são registrados por câmara fotográfica, seguidos de textos dissertativos que são encaminhados aos atuais postulantes a cargos eletivos e aos que se encontram no poder.
As pessoas fazem vista grossa, fazem de conta que não são com elas. A voz dos animais que estão sobre o poder do homem, somos nós mesmos. Temos que falar por eles: olha aqui, está ruim, está machucando... Os coitados sofrem na mão de quem é ignorante. Muitas vezes você vê um burro em cima de um cavalo (Denise Mourão, 31-09-2010).
Tudo isso, vai de encontro a uma ação maior que é a de conscientizar mais a população como um todo. Da mesma forma, eles vão ter que aprender a lidar com os animais; a lidar com a natureza, a lidar com as queimadas. E quando está havendo uma queimada - quantos ninhos de passarinho estão sendo destruídos ali? Quantos bichos peçonhentos ou não; vão acabar morrendo ou até mesmo migrando?
Um olhar distinto
Denise Mourão que luta como pode por garantias reais na melhoria da condição humana segue o seu raciocínio com observações pessoais mas de cunho coletivo: “Vejo tudo isso com uma certa tristeza e com meus próprios olhos. É só conscientizar mais as pessoas para que essa cidade possa melhorar.Tem que começar pelas pequenas coisas. Quem respeita as pequenas coisas, automaticamente; as grandes nem se fala.
É o caminho. Ninguém respeita o ser humano sem respeitar a menor das criaturas; quanto mais respeitar a maior delas: - que é servir o seu semelhante. Está na Bíblia” aconselha em tons pacíficos a artista que tem a sensibilidade como ferramenta de se expressar.
E segue a diante com falas bastante eloqüentes. Perguntada sobre qual o presente que ela daria as pessoas no centenário de Divinópolis que ocorre em 2012, ela entoa em voz firme e emocionada: “Recuperem o Rio Itapecerica já. Ele se encontra numa situação lastimável e quem conseguir esse feito irá perpetuar na história”, elucida a mulher que luta pelos direitos dos animais”.
Sobre as constantes podas irregulares e clientelistas feitas pela Secretaria Municipal de Obras com a conivência da Secretaria de Meio Ambiente local; Denise não polpa as pessoas e vai direto ao assunto; “uma coisa vai puxando a outra e puxa mesmo. Quando você vê que as pessoas estão começando a conscientizar de suas mazelas e das ações que conduzem a uma melhoria para o meio ambiente e o coletivo, você aproxima e tenta unir os objetivos - uma melhor qualidade de vida, preservando animais e o meio ambiente” pondera.
Formando opinião
Com formação de opinião e informação pouco vista entre os que moram nesta municipalidade, a malsim detona: “O meio ambientes aqui, por se tratar de uma cidade do interior está muito descuidado. Acho que as cidades do interior têm tendência a abandonar mesmo. E exemplifica: nós crescemos com essa cultura".
Convivendo com esse trabalho escravo que o cavalo faz e com o volume enorme de lixo gerado por quem freqüenta as praças centrais; onde moro e assisto a tudo. Passado o fim de semana; segunda é um caos para transeuntes, nas calçadas. É lixo para toda parte que se espalha ao longo da praça Benedito Valadares”, declara desanimada.
A educação sugere que é para parar de jogar lixo na rua e reciclá-lo. Quanto menos lixo; menor será a sujeira deixada nas ruas pelas pessoas desenfornadas. Também pouca água terá que ser usada para lavar o que ficou sujo. Tenho achado em tudo, uma falta de consciência absurda. Graças a Deus eu tive a oportunidade de ir a Europa por várias vezes e eu acho o que acontece atualmente em Divinópolis, uma pobreza de cultura/ conhecimento - o fato das pessoas não respeitarem o meio ambiente. Isso é questão de cultura (...)
[Foto de Fernando Camillo][...] o Partido Verde que existe por aqui é um grande pretendente a envolver as pessoas neste projeto. O partido deveria ser mais atuante e deveriam fazer um trabalho de base para conscientização da população.São várias as ações que exigem um maior rigor por parte das autoridades competentes e para o exercício constante de cidadania - uma questão de consciência coletiva (Denise Mourão, 31-09-2010).
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