15 de fev. de 2011

Entre o figurativismo e os hieróglifos - o artista por ele mesmo

Registro tudo, para assim me registrar. Pinto como se fosse um serviçal de cartório. Torno-me escrivão toda vez que me proponho a criar. Associo coisas simples tentando balbuciar novos símbolos. Talvez, o figurativismo que uso, seja uma arma para facilitar o entendimento de meus hieróglifos. Minha pintura funciona como um diário. Um grito de naufrago, um registro de bordo, que carrego enquanto viajo, aqui, pela vida. São anotações, documentos de toda a ordem e espécie. Aproprio-me de um fato, fragmento-o e reestruturo-o, onde o absurdo torna-se cotidiano. Meu encontro com a contemporaneidade está no Realismo-Mágico, movimento pós-moderno, de grande força na cultura latino-americana, diferente do Surrealismo e do Hiperealismo, pois seu disfarce é a própria realidade. Invento inertes vídeo-clips. Minha pintura é um imenso e fragmentado muro babilônico. (Miguel Gontijo - artista plástico)

          
Miguel - um anjo nascido nas entranhas das Gerais

 Santo Antônio do Monte é considerada a cidade que concentra a maior produção de fogos de artifício da América Latina. Também desta comarca surgiram grandes homens; políticos de renome, como: Magalhães Pinto, Eduardo Azeredo e tantos outros. A cidade tem gerado ao longo do tempo, inúmeros talentos; em áreas de atuação distintas.

 Dona Maria Angélica é uma das personalidades de destaque no município e região, reconhecida pelo seu empenho e por toda uma vida dedicada à educação.
Já o artista plástico Miguel Gontijo não foge às regras e se desponta como nome internacional.

o melhor da arte contemporâne
Dono de um estilo impar, criativo e audacioso, Miguel faz de suas telas uma verdadeira viagem introspectiva que nos leva a leituras díspares, variando com a vivência de cada observa/dor. Seu estilo inconfundível já ganhou notoriedade por onde passa.

De família tradicional, Miguel Gontijo deixa a cidade do interior de Minas Gerais, a pacata Santo Antônio do Monte, pertencente ao Vale do São Francisco; nas entranhas das Gerais, ainda muito jovem para ganhar o mundo, em delirantes e coloridas pinceladas que nos auxiliam e nos revertem a decifrar enigmas novos/nossos; associando passado, presente e futuro numa releitura para nos posicionarmos frente a nossas novas conquistas.

O autor numa alusão Lúciferiana e porque não, com enorme lucidez prepara-nos para um grande questionamento ao afirmar categoricamente:

É verdade que quero provocar, quero também defender uma pintura de idéias.
Toda imagem deve ser explorada e ela nunca é inocente.
Toda imagem tem sua pré-história, e é lá que pretendo atuar (artista plástico Miguel Gontijo).

O artista Miguel Gontijo é também historiador por formação acadêmica e faz da arte  quase uma religião, com adeptos/ seguidores, críticos e regras nada convencionais. É o homem se consagrando como filho do Pai que se aproveita dos acordes celestiais para promover o processo do mais alto requinte em suas criações. Abstrato, figurativo, estética, bases filosóficas, domínio da técnica em desenho, pintura, aquarela -  a arte contemporânea por excelência ou seria por pura e mera essência.

A Exposição: Pintura Contaminada mereceu um grandioso catálago da obra de Miguel Gontijo que ainda é autor do livro “Profanas Escrituras” com projeto gráfico e diagramação, assinados por: Gerusa Maia e Rui Luis. A obra pode ser encontrada nas Livrarias especializadas.

Informações:  e-mail: info@expressoarte.com

Das inúmeras exposições de autoria de Miguel e que percorreram galerias por todo Brasil e o mundo, estão Armarinho São Miguel – Espaço Cultural da Cemig e I Modi - cenas de amor e guerra

I Modi é um documento quase único em seu gênero e da maior importância para o estudo da história do comportamento e dos costumes. É um álbum originalmente composto de 16 gravuras, concebido no princípio do século XVI.

Eu acreditava em bruxaria e tinha certeza que a vida me forneceria três desejos, que as histórias ensinaram-me a usá-los com cuidado e não desperdiçá-los à toa. Preparei-me eternamente para este encontro. Talvez a arte tenha sido este primeiro desejo. Os outros dois, por mais cuidado que imaginei ter, perdi-os. (fragmento de um depoimento do artista dado a Rui Luis)
        O artista e sua obra.

·         Foto ilustração: A pintura, que traz personificado seu autor na figura de são Miguel Arcanjo, chefe dos exércitos celestiais, integrou a exposição Círculo Vicioso, realizada em Belo Horizonte no final do ano passado. Atualmente, a obra integra o acervo pessoal de um colecionador, em Nova Iorque.

 Depoimentos de quem sabe o que fala
esta força misteriosa que garante a sobrevivência interna de nosso Pindorama, impregna o desenho de Miguel. É à força de uma poesia sensível, refinada, sutil, que se apreende e se absorve pelo encanto desse doce contato lento e silencioso com a verdadeira obra de arte.”
Márcio Sampaio   -  (1980) - Artista, Professor da UFMG, Crítico de arte


Miguel é um poeta. Cria metáforas com suas imagens. O que existe de interessante é uma  vontade de construir, de fazer alguma coisa que nos leva a ver, observar e até mesmo a nos descobrir, fazendo-nos assim parceiros de suas poesias. Digo: desenhos.”
Maristela Tristão   -  (1979) - Critica de arte -MG




* Miguel Gontijo (Belo Horizonte/MG). Graduado em história, pós-graduado em arte contemporânea e artista plástico premiado. Tem obras em coleções particulares, entidades, fundações do Brasil e exterior. Realizou exposições nos principais museus nacionais e internacionais. Autor de “Profanas Escrituras, index rerun et vervorum” (Expressoarte, 2003).






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