4 de jan. de 2011

Livro: causos Bar do Sô Inácio

Ignácio Gonzaga dos Santos é o nome do proprietário do bar localizado na Rua Espírito Santo, entre as ruas Itapecerica e Serra do Cristal, em Divinópolis, Minas Gerais. Hoje, com seus setenta e oito anos de idade dos quais, mais de quarenta dedicados ao bar do Sôinácio.

 Sô Inácio não abre mão de seu comércio e da prosa com os amigos
[...] Não é bem setenta e oito anos não. São setenta e nove anos, pois tive que aumentar um ano para poder me casar. Eu não era registrado e nem existia no papel. (Ignácio Santos - Setembro de 2010)
 [...] Quando fui arrumar casamento foi que eu registrei. Eu tinha certidão de batismo, não tinha a certidão de nascimento. (Ignácio Santos - Setembro de 2010)                                                

Casado com Maria Angelina dos Santos com quem teve nove filhos: Maria Zelma, Jandir, Conceição, João Agenor, Maria Aparecida, Zirlei, Júlio Cezar, Zirlene e Jefersom. São dezoito netos.
Há quarenta e cinco anos e oito meses funcionando no mesmo local - Rua Espírito Santo, 1383, no bairro Sidil; Sô Inácio afirma trabalhar com comércio desde 1949 quando tinha apenas dezessete anos.

Trabalhou também como corretor de seguros e recebeu em sessão solene da Câmara Municipal de Divinópolis, o título de cidadão honorário em 2003, pelos relevantes serviços prestados a comunidade.
Em comemoração ao seu aniversário, foi lançado o livro: CAUSOS DO BAR DO INÁCIO, onde ele conta casos próprios e dos tradicionais freqüentadores.

O livro ainda contém homenagens póstumas a amigos inesquecíveis (Júlio Régis, JR, entre outros). Para Sô Inácio, “o livro conta entre um caso e outro; conversas de freqüentadores do meu estabelecimento” - casos verdadeiros e inventados. Alguns, construídos a partir da imaginação. Foi dessa vivência que surgiu a idéia de se fazer o livro.

São casos que ele conta de tudo que fez nessa vida; onde trabalhou, o que fazia e deixou de fazer.
Sô Inácio iniciou seu trabalho ainda jovem, tendo um balcão de uma farmácia como primeira experiência profissional em Boa Vista - município de Martinho Campos.

O livro: CAUSOS DO BAR DO INÁCIO, foi confeccionado a partir de cotas adquiridas por seus freqüentadores que são protagonistas de algumas estórias e reserva ainda muitas surpresas. 


Entre um caso e outro o Sô Inácio recorda que numa certa época sua irmã de Martinho Campos teve que comprar um aparelho de televisão e como ela não tinha ficha na Bemoreira, foi ele quem a apresentou.
[...] Nessa ocasião a minha patroa me acompanhou e sentados nas cadeiras junto à mesa; a atendente do outro lado perguntou: seu nome, meu senhor? - Inágcio Gonzaga de Santos. E da sua esposa? Conceição.
A minha esposa se chamava era Maria. A mulher falou... o que? E levou um baita susto. Eu tinha errado o nome da minha esposa,” esclarece Sô Inácio.  - risos - (Ignácio Santos – Setembro de 2010).
Inágcio de Santos tem seu comércio estabelecido em Divinópolis, no bairro Sidil, desde 1965, “quando ainda era tudo mato e para chegar até a praça do Santuário você tinha que pegar uma trilha e sair cortando os córregos até chegar ao seu destino” comenta o saudosista, Inácio.

Causos e memória
Um freqüentador assíduo que viu com apenas oito anos seu pai assar lingüiça numa lata de sardinha com álcool, para poder tomar uma cachaça lembra que no bar do Sô Inácio hoje, onde tem um banheiro; havia um tambor que armazenava duzentos litros de querosene que o Sô Inácio vendia para o pessoal do Alto Pito Aceso que não tinha luz elétrica, usavam era lamparinas. Lembra ainda que no bar, apesar de pequeno, havia uma sinuca.
Ainda no bar do Sô Inácio me chega mais um dos freqüentadores e contadores de causos e me saí com essa:

[...] Em 2003, trouxeram para ele (Sô Inácio) um casal de tartarugas. Ele olhou, gostou e apaixonou com o negócio e disse: esse trem é bunitinho demais! Quantos anos vive um bichinho desse? -  responde de lá: Bem tratado, chega a quatrocentos anos. Então vocês podem levar eles de volta, porque depois a gente toma amor no bichinho e eles morrem -risos - (Ignácio Santos – Setembro de 2010)
Butequeiro x butecando



Entre uma cerveja e outra, um aperitivo e uma boa prosa; não podia faltar a estória de um pescador. Numa referência ao saudoso Zé Grande, ex-presidente da Associação do Bairro Sidil, lembrou-se da seguinte história: -“cada um levava uma marmita e ia para beira do rio pescar. E o Sô Inácio teve um dia, que perdeu um relógio, numa dessas pescarias. No outro final de semana, voltou para pescar no mesmo local e pescou mesmo; foi uma gaiola. Trouxe a gaiola e falou que tinha um pássaro preto. A gaiola ele pescou mesmo; apesar de não reaver o relógio perdido na pescaria anterior, mas pássaro preto; tinha não” (risos).

Para quem ainda não conhece o bar do Sô Inácio, é ele quem mesmo define como sendo “um bar homenlengo isso porque existem muitos homens mulherengos”. Há dias em que tem  vinte homens reunidos para uma boa prosa e uma cerveja gelada. Uma peculiaridade do Bar do Sô Inácio é que ele deve ser o único que não serve o famoso tira gosto; tão desejados por todos. Os freqüentadores mais freqüentes resolvem esse problema de forma passiva e participativa: fazem uma coleta entre eles e tratam de apresentar, seja da padaria, lanchonete ou mesmo de um outro bar; aquele salgado, porque o aperitivo fica por conta da casa.
Jader Vilela - mentor intelectual do projeto
 [...] A idéia surgiu a partir da integração de butequeiro com butecando. O livro surgiu também da amizade e da relação com a clientela que ele tem por aqui. O grupo é seleto e unido. Resolveu levar a diante essa proposta de lançamento do livro - comemorando os setenta e oito anos de vida do Sô Inácio


O livro tem cerca de cem páginas e traz causos engraçados que transmitem toda a alegria que acontece dentro do bar do Sô Inácio - onde encontramos pessoas que sentem prazer em freqüentar o ambiente. (Jader Vilela, responsável pela produção, do livro: CAUSOS DO BAR DO INÁCIO)

3 comentários:

flavioafig disse...

onde podemos adquirir o livro? Flávio (98708-8863)

Adilson cazotti disse...

Também queria saber

Anônimo disse...

Lendo essa matéria em 2025. Adoraria ler o livro.

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